As forças russas bombardearam na terça-feira um comboio humanitário das Nações Unidas na região de Kherson, destruindo quatro veículos claramente identificados com emblemas da ONU enquanto entregavam suprimentos a civis em Bilozerka, cidade de linha de frente que estava sem assistência há meses.

Condenação Internacional Cresce
Matthias Schmale, Coordenador Humanitário da ONU na Ucrânia, classificou o ataque como “totalmente inaceitável”, lembrando que “trabalhadores humanitários são protegidos pelo direito internacional humanitário e nunca devem ser atacados”. Andriy Sybiga, Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, considerou o bombardeio “uma violação brutal do direito internacional, provando o total desrespeito da Rússia pelas vidas civis e suas obrigações internacionais”. Sybiga conclamou os Estados-membros da ONU a “condenar com veemência este ataque ao pessoal humanitário e aumentar a pressão sobre o agressor”.
Padrão de Ataques a Operações de Ajuda Humanitária
Este incidente soma-se a uma série de agressões contra missões de socorro na Ucrânia. Dois caminhões do Programa Mundial de Alimentos foram incendiados por drones FPV, enquanto artilharia pesada alvejou quatro veículos do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários, destruindo completamente um caminhão e danificando seriamente outro. Apesar disso, todos os trabalhadores escaparam ilesos. Jacqueline Mahon, representante da UNFPA, afirmou que o comboio levava 800 pacotes com itens essenciais para idosos, mulheres e meninas que não podem se realocar devido a ataques contínuos.
Ataques anteriores incluem a destruição de mais de 100 toneladas de ajuda em um armazém da Cruz Vermelha em Kherson, em junho, e golpes a veículos de evacuação na região de Donetsk. O Programa Mundial de Alimentos reporta mais de 40 incidentes envolvendo seus ativos e parceiros nos últimos 12 meses, ressaltando os riscos crescentes aos humanitários.
A ONU reiterou que miras deliberadas em pessoal de socorro constituem grave violação do direito internacional humanitário e podem configurar crime de guerra. Organizações de direitos humanos exigem investigação imediata e responsabilização dos autores.
Enquanto as hostilidades continuam a atingir civis, as equipes humanitárias reforçam protocolos de segurança, mas alertam que a escalada militar coloca em perigo o acesso a populações vulneráveis. A comunidade internacional acompanha com preocupação o agravamento das violações e pressiona por corredores de ajuda protegidos.
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