O Hamas começou a libertar na segunda-feira os reféns Gaza sobreviventes mantidos em cativeiro desde outubro de 2023, marcando o fim de um dos capítulos mais dolorosos do conflito. Sete israelenses foram transferidos ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, com 13 libertações previstas ainda no mesmo dia, totalizando 20 sobreviventes de 737 dias em cativeiro.

Israel mobiliza hospitais para maior operação de retorno
Os sete primeiros reféns Gaza libertados — Matan Angrest, os irmãos Gali e Ziv Berman, Alon Ohel, Eitan Mor, Omri Miran e Guy Gilboa-Dalal — foram transportados da Cidade de Gaza para as forças israelenses sob supervisão da Cruz Vermelha. As autoridades israelenses montaram a maior operação de recepção desde os ataques de 7 de outubro de 2023, dividindo os 20 sobreviventes entre três centros médicos de referência.
Dez reféns Gaza serão atendidos no Centro Médico Sheba em Ramat Gan, cinco no Centro Médico Beilinson em Petah Tikva e cinco no Centro Médico Sourasky de Tel Aviv. As equipes médicas desenvolveram protocolos especializados de “medicina de cativeiro”, antecipando desnutrição severa, trauma psicológico e síndrome de realimentação entre os que retornam.
“Estamos criando um novo campo da medicina para reféns”, declarou a Dra. Michal Steinman, enfermeira-chefe do Centro Médico Rabin. Antes das avaliações hospitalares, os reféns Gaza se reunirão com suas famílias na base militar de Re’im, onde receberão apoio psicológico inicial e passarão por triagem médica básica.
Trump reivindica acordo histórico durante visita a Israel
O presidente Donald Trump pousou em Israel no momento em que a troca começava, declarando que a guerra de Gaza estava “encerrada” e reivindicando o mérito pelo cessar-fogo. Trump discursará no Knesset antes de seguir para o Egito, onde participará de cúpula de paz multinacional com líderes de mais de 20 nações.
A primeira fase do acordo exige que o Hamas liberte todos os 48 reféns Gaza restantes, incluindo 28 corpos, em troca de aproximadamente 1.968 prisioneiros palestinos. Entre os libertados estarão 250 palestinos cumprindo penas de prisão perpétua e 1.718 outros detidos desde outubro de 2023.
Milhares de israelenses se reuniram na Praça dos Reféns em Tel Aviv, explodindo em celebração quando as primeiras transferências foram confirmadas. As cenas emocionantes marcaram o ápice de mais de dois anos de vigílias, com famílias usando fitas amarelas em solidariedade aos entes queridos em cativeiro.
A libertação dos reféns Gaza encerra um período de angústia nacional para Israel, onde o destino dos capturados dominou o debate público e alimentou pressão política sobre o governo. Especialistas alertam que a reintegração dos sobreviventes exigirá anos de tratamento psicológico especializado para superar traumas do cativeiro prolongado.
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