A Caixa Econômica Federal anunciou na sexta-feira (10) que voltará a financiar até 80% do valor dos imóveis pelo SBPE, após reduzir o teto para 70% em novembro de 2024, em cerimônia em São Paulo com presença de Lula e Carlos Vieira.
Nova política volta-se para a classe média
A elevação do limite de financiamento pelo SBPE beneficia famílias com renda acima de R$ 12 mil mensais, público antes sem acesso a linhas subsidiadas e sem enquadramento no Minha Casa, Minha Vida. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, essa mudança permitirá à Caixa financiar até 80 mil novos imóveis até o fim de 2026.
Para contratos pelo SAC (Sistema de Amortização Constante), o percentual volta a 80%, enquanto operações pela tabela Price permanecerão em 70%. O governo também fixou teto de juros de 12% ao ano para operações do SFH, abaixo da taxa Selic de 15%, reduzindo o custo efetivo total e tornando parcelas mais acessíveis.
A ampliação do teto do SFH de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões expande o valor máximo de imóveis contemplados, atendendo consumidores que buscam residências em áreas com preço médio mais elevado e imóveis de padrão superior.
Reforma estrutural do sistema de poupança
A medida integra uma reforma ampla do SBPE, que hoje destina 65% dos depósitos em poupança ao crédito imobiliário, com 20% retidos como compulsório pelo Banco Central. A nova norma prevê liberação gradual desses recursos retidos até janeiro de 2027, assegurando maior liquidez e capacidade de oferta de crédito pelos bancos.
O Banco Central estima que a flexibilização dos depósitos compulsórios viabilizará R$ 111 bilhões em recursos adicionais no primeiro ano, valor R$ 52,4 bilhões superior ao modelo anterior, ampliando o volume de empréstimos e estimulando o setor imobiliário.
Carlos Vieira ressaltou que a ação coordenada entre Caixa, Ministério da Fazenda e Banco Central fortalecerá a construção civil, gerando empregos e beneficiando a cadeia produtiva de materiais, desde cimento até elétrica e marcenaria.
Nos próximos meses, a Caixa ajustará seus processos internos e sistemas de originação para absorver o aumento do volume de pedidos, garantindo agilidade na análise e aprovação de financiamentos.
A retomada do financiamento de 80% sinaliza nova fase de democratização do crédito habitacional e reforça o papel da Caixa como agente de desenvolvimento econômico e social, ampliando o acesso à moradia digna em todo o país.
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