Neuralink reúne uma lista de 10 000 interessados em receber seu chip cerebral N1, afirma DJ Seo em relatório da Morgan Stanley. Embora restrito a pacientes com paralisia grave, o implante já foi aplicado com sucesso em 12 indivíduos e mira 25 até o fim de 2025.

Detalhes Técnicos e Operacionais

Os 12 primeiros participantes dos ensaios clínicos utilizam o N1 por média de 7,5 horas diárias, com um caso excepcional de mais de 100 horas semanais. A meta de 25 implantes até dezembro de 2025 reforça o ritmo acelerado de testes em pacientes com limitações motoras severas.
Para viabilizar a expansão, a empresa desenvolveu um sistema de robô cirúrgico que insere fios de eletrodos ultrafinos no córtex com precisão micrométrica. Essa automação foi criada para superar a falta de neurocirurgiões especializados nos EUA e agilizar procedimentos complexos.
Apesar da robótica, médicos continuam essenciais: eles conduzem a craniotomia, posicionam o dispositivo e monitoram segurança e anestesia durante a implantação. Esse equilíbrio entre automação e supervisão humana assegura o rigor nos protocolos clínicos.
Panorama Regulatório e Concorrência
Nenhum BCI (interface cérebro-computador) conta hoje com aprovação da FDA, operando sob isenções de dispositivo de pesquisa. Especialistas acreditam que liberações iniciais para uso comercial podem ocorrer em poucos anos se os dados de durabilidade e segurança se mantiverem favoráveis.
Concorrentes como a Synchron, com seu implante via stent vascular, e a Precision Neuroscience, com a interface cortical minimamente invasiva “Layer 7”, intensificam a corrida por soluções menos invasivas. Esse cenário competitivo pressiona a Neuralink a acelerar validações clínicas e aprimorar custo-benefício.
O Congresso americano também avalia a tecnologia: em setembro de 2025, os senadores Chuck Schumer, Maria Cantwell e Ed Markey propuseram a Lei de Gestão de Dados Neurais de Indivíduos (MIND Act), que exige estudo de governança e protege privacidade e uso de informações cerebrais.
A combinação de elevada demanda, inovações em robótica cirúrgica e atenção regulatória posiciona a Neuralink na vanguarda das interfaces neurais, abrindo caminho para avanços em reabilitação motora e controle assistido por IA.
Fontes

