A China inaugurou a maior fazenda solar do mundo no Planalto Tibetano, cobrindo 420 quilômetros quadrados a quase 3.000 metros de altitude, iniciativa que alimenta projetos de inteligência artificial e reforça compromissos climáticos anunciados por Xi Jinping.
Detalhes Técnicos e Operacionais
O Parque Solar Talatan na província de Qinghai ocupa 420 km²—sete vezes a área de Manhattan—with dois terços da estrutura já em operação. A instalação contará com mais de 7 milhões de painéis solares, gerando energia suficiente para abastecer 5 milhões de residências.
A alta altitude do planalto aumenta a intensidade da luz solar devido à atmosfera rarefeita, ideal para geração maciça de energia. O projeto integra turbinas eólicas instaladas ao longo de cristas e barragens hidrelétricas nas bordas, com linhas de transmissão de alta tensão transportando eletricidade por 1.600 km até o leste da China.
Impactos Estratégicos e Ambientais
Esse megaprojeto dá suporte à estratégia “Dados do Leste, Computação do Oeste”, realocando centros de dados das cidades costeiras para regiões ricas em renováveis. Em junho de 2025, o Tibete inaugurou o centro de computação de IA “Yajiang-1” com 256 servidores de alto desempenho, entregando 2.000 petaflops de capacidade de processamento.
A combinação de alta altitude e clima frio reduz drasticamente os custos de resfriamento para operações de inteligência artificial. Segundo Han Shuangshuang, gerente-geral da Tibet Yarlung Zangbo Computing Technology Company, o centro “catalisará a inovação de fronteira em treinamento de IA, condução autônoma, saúde inteligente e monitoramento do ecossistema do planalto”.
O desenvolvimento coincide com o compromisso histórico de Xi Jinping nas Nações Unidas em 24 de setembro de 2025 de reduzir emissões de gases de efeito estufa em 7–10% até 2035, ampliar em seis vezes a capacidade eólica e solar de 2020 e elevar fontes não fósseis a mais de 30% do mix energético. As emissões de carbono da China caíram 1% no primeiro semestre de 2025, apesar do crescimento econômico, indicando que o país pode ter antecipado o pico antes de 2030. A iniciativa posiciona a China para dominar o mercado global de tecnologia limpa, enquanto os Estados Unidos intensificam exportações de combustíveis fósseis.
