A Polônia e seus aliados da OTAN elevaram ao máximo o estado de prontidão aérea na madrugada de domingo, enviando caças poloneses e F-35 holandeses para patrulhar o espaço aéreo após um grande ataque russo contra a região de Lviv, no oeste da Ucrânia, que matou ao menos cinco pessoas. Os bombardeios, que incluíram mísseis hipersônicos Kinzhal e drones, representaram um dos maiores ataques coordenados desde o início da guerra em 2022.

O ataque começou na noite de sábado, quando a Rússia disparou mais de 50 mísseis e 500 drones contra nove regiões ucranianas, com foco em infraestrutura energética e vilarejos residenciais. Em Lviv, quatro civis — entre eles uma menina de 15 anos — foram mortos quando mísseis atingiram edifícios na periferia da cidade histórica. Outra vítima fatal ocorreu em Zaporizhzhia, onde uma mulher morreu e nove pessoas ficaram feridas, incluindo uma adolescente de 16 anos.
Segundo o comando operacional polonês, “aeronaves polonesas e aliadas estão operando em nosso espaço aéreo, enquanto sistemas de defesa aérea e radar foram elevados ao mais alto estado de prontidão”. A medida incluiu o acionamento preventivo de quatro caças F-35 da Holanda, estacionados em bases na Polônia como parte da missão ampliada de policiamento aéreo da OTAN. Não houve, porém, violações do espaço aéreo polonês durante as operações.
A fronteira leste da OTAN fica a apenas 70 quilômetros de Lviv, tornando o incidente particularmente sensível. Em setembro, drones russos já haviam penetrado duas vezes no território polonês, resultando no primeiro confronto aéreo direto da OTAN com forças russas desde 2022.
“A Rússia está ocultando sua ofensiva de verão malsucedida através de ataques terroristas direcionados a civis e infraestrutura ucraniana”, declarou Kaja Kallas, chefe de política externa da União Europeia, durante coletiva em Bruxelas. “Este padrão de táticas híbridas exige resposta coletiva e legislação reforçada contra ameaças não convencionais.”
Incidentes recentes de drones misteriosos também afetaram aeroportos na Alemanha, Dinamarca, Noruega e Lituânia, reforçando o receio de que Moscou teste as defesas ocidentais por meio de provocações aéreas. Autoridades belgas registraram avistamentos sobre a base militar de Elsenborn, marcando o primeiro episódio do tipo no país.
A escalada ocorre em meio à tensão crescente entre Estados Unidos e Rússia, após Washington anunciar o envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia e Moscou advertir para possíveis retaliações que poderiam “destruir as relações bilaterais”.
Próximos passos incluem reuniões de emergência do Conselho do Atlântico Norte e reforço de unidades de defesa aérea na Polônia e nos Estados bálticos, com exercícios conjuntos já programados para o final deste mês.

