O Instagram está desenvolvendo um aplicativo de televisão dedicado para levar seus vídeos Reels às telas da sala de estar, busca ampliar o alcance de seu enorme público de 3 bilhões de usuários e desafiar o domínio do YouTube no streaming de TV.

Detalhes Técnicos e Operacionais
O novo app de TV Instagram permitirá que o usuário acesse Reels, Stories e transmissões ao vivo diretamente na televisão, sem depender de espelhamento via celular. Segundo Adam Mosseri, chefe do Instagram, a plataforma estuda adaptar seu player vertical para tela larga, mantendo elementos sociais como comentários e reações em tempo real.
Dados da Nielsen revelam que o YouTube controla 13,4% das visualizações totais de TV nos EUA, superando outros serviços de streaming. Com mais de 1 bilhão de horas de vídeo transmitidas diariamente em televisores, a gigante de vídeos online domina o cenário. O Instagram pretende aproveitar sua base de usuários para converter parte desse tráfego, sem precisar licenciar conteúdo esportivo ao vivo ou produções de estúdios tradicionais.
Durante a conferência Bloomberg Screentime em Los Angeles, em 9 de outubro de 2025, Mosseri admitiu que a falta de um aplicativo de TV foi um “erro” e que a empresa já iniciou provas de conceito com parceiros de smart TVs. Embora ainda não haja data confirmada para o lançamento, fontes ouvidas pelo Investing.com apontam início de testes internos ainda em 2026.
Impactos Estratégicos e de Mercado
O avanço surge no momento em que os vídeos curtos dominam o consumo online: Reels e Shorts dispararam em engajamento, respondendo por quase 40% do conteúdo visto diariamente no Instagram e Facebook. Ao estender essa experiência à TV, o Instagram visa aumentar o tempo de exibição por usuário e diversificar fontes de receita por meio de publicidade em tela grande.
A plataforma já monetiza Reels com anúncios in-stream e patrocínios de marca, mas o app de TV Instagram abrirá espaço para formatos publicitários premium, como spots pré-rolagem e banners interativos. Analistas estimam que cada hora adicional de exibição em TV pode gerar até 30% mais receita publicitária em comparação ao conteúdo móvel.
O aplicativo também poderá oferecer recomendações personalizadas com base no histórico de visualização e perfil social, criando uma experiência semelhante à de um canal de TV on demand, mas com curadoria automatizada. Essa fusão de redes sociais e streaming pode atrair anunciantes que buscam engajamento mais elevado em ambientes de grande tela.
Impactos Estratégicos e Ambientais
Com o lançamento de um app próprio para TV, o Instagram fortalece a integração entre dispositivos, reforçando seu ecossistema de produtos que inclui Facebook Watch, WhatsApp e Instagram Shopping. A estratégia alinha-se à tendência de consumo multiplataforma, onde usuários alternam entre celular, computador e televisão sem perder continuidade de conteúdo.
Ao contrário de serviços de streaming tradicionais, o novo app não dependerá de codificação complexa de licenças de conteúdo, reduzindo custos e questões regulatórias. Isso permitirá lançamentos rápidos de atualizações e testes A/B de novos recursos, garantindo maior agilidade frente à concorrência.
Além disso, a plataforma poderá aproveitar redes de distribuição de vídeo já existentes em smart TVs e set-top boxes, minimizando investimentos em infraestrutura de data center e transmissão. A expectativa é que o impacto ambiental de expandir o streaming seja atenuado pelo uso de codecs mais eficientes e protocolos de entrega adaptativos.
Perspectivas Futuras
O app de TV Instagram deve entrar na fase beta até o segundo semestre de 2026, inicialmente em mercados selecionados nos Estados Unidos e Europa. Se bem-sucedido, o lançamento global poderá ocorrer ainda em 2027, acompanhando a evolução dos aparelhos conectados e hábitos de consumo de vídeo.
Este movimento reflete a crescente convergência entre redes sociais e plataformas de streaming, apontando para um futuro em que a televisão se torna cada vez mais interativa e centrada em comunidades online. Para o Instagram, o desafio será equilibrar inovação e simplicidade, garantindo adesão de usuários que já enfrentam excesso de opções no mercado de entretenimento digital.
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